Silva, Larissa de Jesus2024-03-252024-03-252023SILVA, Larissa de Jesus. Origem botânica do mel: a flora de interesse apícola da região do Alto Tietê - SP. 2023. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas) - Universidade de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, 2023.https://repositorio.umc.br/handle/123456789/48Tendo em vista a importância dos serviços prestados pelas abelhas em relação à flora, e o interesse econômico gerado a partir de seus produtos, a apicultura ganhou força no Brasil na década de 1970 com a utilização do híbrido Apis mellifera. Entretanto, para uma produção eficaz é necessário, entre vários aspectos, que o apicultor conheça a flora presente no entorno de seu apiário e o recurso (pólen e néctar) fornecido por cada espécie vegetal. Dessa forma, os objetivos deste estudo foram: i) realizar o levantamento florístico das espécies do entorno dos apiários estudados; ii) elaborar um calendário floral com base no levantamento florístico; iii) identificar as espécies vegetais utilizadas na produção de mel a partir das análises dos grãos de pólen contidos no mel; iv) analisar as características físico-químicas das amostras de mel e v) gerar subsídios para uma política de fortalecimento da cadeia produtiva do mel da região de estudo, a partir dos resultados encontrados. Para isso, foram realizadas visitas mensais durante 12 meses em quatro propriedades rurais da Região do Alto Tietê, onde todos os indivíduos ferteis foram coletados dentro de dois transectos de 250m traçados a partir de cada apiário. Foram obtidos com os apicultores, amostras de mel que foram destinadas ao Instituto de Pesquisas Ambientais e ao Instituto Adolfo Lutz para realização das análises melissopalinológicas e análises físico-químicas, respectivamente. Além disso, foi realizado um levantamento bibliográfico para identificar possíveis subsídios para a elaboração de futuras políticas de fortalecimento da cadeia produtiva do mel da região. O levantamento florístico resultou na coleta de 1337 indivíduos entre o período de setembro de 2021 e agosto de 2022. Foram identificadas 67 famílias e 251 gêneros/espécies. As famílias com maior riqueza de espécies foram Asteraceae, Fabaceae, Malvaceae, Piperaceae, Rubiaceae e Myrtaceae, sendo que 82,5% do material identificado é de origem nativa. Em relação às análises melissopalinológicas, foram identificados 50 tipos polínicos em 09 amostras de mel, correspondendo a 33 famílias e 46 espécies. Além desses, dois tipos não puderam ser identificados. As famílias que mostraram a maior riqueza em tipos polínicos foram Fabaceae, Asteraceae, Euphorbiaceae e Sapindaceae. Os resultados da análises físico-químicas permitiram inferir que a variação dos parâmetros observados entre as médias de cada amostra, pode estar relacionado às diferentes fontes florais, condições ambientais e práticas adotadas pelos apicultores. Além dos resultados desta pesquisa, observações feitas durante as visitas de campo mostraram a necessidade de um entreposto que atenda a demanda da Região do Alto Tietê e cursos de capacitação. Dessa forma, torna-se necessário a continuidade de estudos como este na Região do Alto Tietê com a participação de mais apicultores e municípios, de modo a delinear de forma mais precisa, a flora presente no entorno dos apiários e nos méis da região. Entender as demandas dos produtores apícolas também é fundamental para a elaboração de políticas regionais, logo sugere-se que estudos voltados ao diagnóstico da apicultura dos municípios do Alto Tietê sejam realizados.ptMelBotânicaCriação de abelhasPolítica Ambiental MunicipalOrigem botânica do mel: a flora de interesse apícola da região do Alto Tietê - SPThesis